Você já pensou quem realmente tem acesso às fotos do seu celular? À primeira vista parece exagero, mas relatos recentes mostram que o Facebook pode estar escaneando imagens da sua galeria sem aviso claro. O recurso teria sido ativado de forma automática, permitindo que o aplicativo analise até fotos que você nunca postou. Isso acendeu um alerta sobre privacidade digital, já que milhões de pessoas podem estar sendo monitoradas sem perceber.
Segundo usuários no Brasil e em outros países, o Facebook estaria usando inteligência artificial para identificar rostos, locais, objetos e até contextos dentro das imagens armazenadas. Oficialmente, a empresa afirma que esses dados ajudam a criar álbuns automáticos ou lembranças personalizadas. No entanto, o fato de essa análise ocorrer sem autorização explícita levanta dúvidas sérias sobre os limites da coleta de dados pelo Meta, dono também do Instagram e do WhatsApp.
O que realmente acontece com suas fotos
O recurso está ligado a opções escondidas no aplicativo chamadas de compartilhamento personalizado. Quando ativadas, elas permitem que o Facebook leia dados de todas as imagens salvas no celular, mesmo aquelas nunca publicadas. Isso inclui detalhes como data, localização, rostos e até cores presentes na cena.
À primeira vista pode parecer útil para quem gosta de álbuns automáticos. Contudo, na prática, significa abrir mão de privacidade. Além disso, o processo é invisível para o usuário comum, o que torna a situação ainda mais preocupante. Imagine alguém entrando em sua casa e vasculhando gavetas apenas para “ajudar” a organizar. Seria invasivo, e no digital não é diferente.
Por que o Meta tem tanto interesse
A resposta está na corrida pela inteligência artificial generativa. Para treinar modelos cada vez mais precisos, empresas precisam de bilhões de imagens. Portanto, as galerias de celulares se tornam uma fonte valiosa de dados visuais.
Cada foto revela muito mais do que parece. Se você aparece sorrindo em um show ou em uma viagem, por exemplo, o algoritmo entende seu comportamento e pode personalizar anúncios, conteúdos e até criar experiências simuladas. Em outras palavras, sua vida cotidiana vira combustível para os negócios da empresa.
O Meta deixa claro que quer liderar nesse setor. Contudo, o problema não é o objetivo final, e sim a forma como coleta os dados. Quando a ativação acontece sem aviso ou consentimento, há uma violação clara da confiança do usuário.
Como bloquear o acesso do Facebook à galeria
A boa notícia é que é possível impedir o Facebook de continuar analisando suas fotos. Para isso, siga os passos abaixo:
- No iPhone: vá em Ajustes > Facebook > Fotos. Troque “Todas” por “Nenhuma” ou “Somente durante o uso do app”.
- No Android: abra Configurações > Aplicativos > Facebook > Permissões. Desative Fotos e mídia.
- No próprio Facebook: vá em Configurações e privacidade > Mídia e contatos e desligue opções como “Sugestões de foto” ou “Memórias”.
Além disso, você pode acessar a rede social pelo navegador em vez do app. Dessa forma, elimina permissões extras como câmera, microfone e galeria.
Outros apps também fazem isso
O problema não se limita ao Facebook. O Instagram e até o WhatsApp podem ter acesso às imagens se você permitir. Além disso, apps de edição, nuvem e até jogos costumam pedir permissões desnecessárias.
Portanto, adote um hábito simples: sempre que instalar um aplicativo, leia as permissões pedidas. Pergunte-se se realmente faz sentido que aquele app tenha acesso a suas fotos ou localização. Caso a resposta seja negativa, negue o pedido imediatamente.
Privacidade é direito, não luxo
No fim das contas, não se trata de esconder algo, mas de manter controle sobre suas informações pessoais. Em resumo, revisar permissões é uma atitude rápida que garante segurança a longo prazo.
Além disso, pequenos ajustes mensais podem evitar problemas sérios no futuro. Afinal, suas fotos são memórias valiosas e precisam estar seguras apenas onde você escolheu. Mais do que conveniência, proteger a galeria significa proteger a sua história.